O escárnio...
Lúcia Pilla, que como as mulheres em geral possui sensibilidade aguçada, bem que me avisou. Disse-me ela que o Temer iria indicar o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para o STF.
Disse-lhe que não achava possível, seria um tapa na cara do país, e não no país mais à esquerda, mas no Brasil dos que ainda tem vergonha e um mínimo respeito pela liturgia que cerca a escolha de um ministro da Corte Constitucional.
O que acho da escolha? Sinto muito, mas é não publicável. Mesmo sendo duro, como tenho sido ultimamente nas palavras, nesse caso a elegância não permite que me expresse.
Digo então o que o Estadão, o venerável jornal do conservadorismo com elegância paulistano, acha do personagem.
Está em um editorial de 26/09/2016:
Pois é!
Um escárnio um presidente com legitimidade contestada indicar um personagem com essas "qualidades" para o Supremo Tribunal Federal.
"O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, não tem mais condições de permanecer no cargo, se é que algum dia as teve. Seu despreparo para tão importante função já estava claro havia algum tempo, mas o episódio em que ele antecipou a realização de operações da Polícia Federal (PF) no âmbito da Lava Jato, justamente na véspera da prisão do ex-ministro petista Antonio Palocci, teria de servir como gota d’água para sua dispensa, em razão de tão gritante imprudência. Infelizmente, porém, o presidente Michel Temer, sabe-se lá por que razões, preferiu contemporizar, correndo o risco de ter de enfrentar novas crises em razão do comportamento irresponsável de Moraes."
Em 2015, reportagem também do “Estado de S. Paulo” afirmou que Alexandre constava no Tribunal de Justiça de São Paulo como advogado em pelo menos 123 processos da área civil da Transcooper. A cooperativa é uma das cinco empresas e associações que está presente em uma investigação que trilha movimentações de lavagem de dinheiro e corrupção engendrado pela organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Pois é!
Um escárnio um presidente com legitimidade contestada indicar um personagem com essas "qualidades" para o Supremo Tribunal Federal.
