Usando a máquina pública para pagar despesas de campanha |
Doria foi eleito em primeiro turno há três meses com 53,29% dos votos válidos. Tem o apoio dos governos estadual e federal e simpatia da imprensa.
O prefeito de São Paulo começou mal. Com um mês de mandato, a maioria dos paulistanos não vê de maneira positiva a gestão Doria. É o que diz a nova pesquisa Datafolha.
Segundo o levantamento, para 13% dos os paulistanos, a gestão é ruim ou péssima e para 33% é regular. É um total de 46%. Outros 44% dizem que é boa ou que é ótima. Dez por cento não opinaram.
Entre os mais pobres, com renda familiar até dois salários mínimos, Doria tem reprovação maior. Só 35 dos paulistanos mais pobres aprovam o prefeito. Já entre a elite, quem ganha mais de dez salários mínimos, Dória tem aprovação de 66%.
Todas essas informações, e outras, estão em uma matéria da Folha que tem o seguinte título: "Maioria aprova programas de Dória, e só 13% reprovam início da gestão". Ele está correto. O meu também. Botei lá no blog: "Avaliação de
Dória tem maioria de "péssimo", "ruim" e "regular".
Doria foi eleito em primeiro turno há três meses com 53,29% dos votos válidos. Tem o apoio dos governos estadual e federal e simpatia da imprensa. Está gerando factoides todos os dias, posando de gari, cortando grama, em cadeiras de rodas etc, tudo que for possível para aparecer positivamente na mídia. Vem até sendo citado como forte candidato a governador em 2018. Talvez até algum dia presidente da República!
E mesmo assim tem uma minoria aprovando Dória. Um terço, 33%, dá de ombros, gestão "regular". É uma performance decepcionante. E ainda nem deu tempo de acontecer o desgaste do tempo, das expectativas frustradas, que vai minando toda gestão. O que acontece?
A maioria não votou para Dória. Votou contra Haddad e o PT. Dória mantém a admiração de muitos eleitores, e mais ainda a dos mais abonados. Mas a maioria dos paulistanos não está lá muito impressionada.
O tempo dirá se Dória vai aprender que uma empresa e uma cidade são coisas bem diferentes. Que os paulistanos não são consumidores, nem acionistas. Somos cidadãos.
Seremos mais cidadãos ainda quando deixarmos de ler só os títulos das matérias, e sair compartilhando qualquer coisa nas redes sociais. Se vale a pena ler, vale a pena ler com atenção, digerir e pensar por si próprio.
E vale a pena lembrar sempre da lição do economista (de ultra-direita) Roberto Campos, que dizia: "Os números são como o biquíni. Sevem para esconder o essencial."