Flavio Gomes
O perfil da "Folha de S.Paulo" no Twitter (@folha) tem cerca de 5,6 milhões de seguidores. Às 11h20 de hoje, dia que os patetas do Movimento Brasil Livre (MBL) escolheram para fazer um protesto pelo país para defender a Lava Jato, repetir xingamentos a Lula, a Dilma, ao PT, aos bolivarianos, mandar os comunistas para Cuba e para a Venezuela, gritar que nossa bandeira não é vermelha, clamar pelos militares, masturbar-se por Moro e exaltar Bolsonaro, o perfil da "Folha" no Twitter publicou o post da foto que acompanha esta meu breve relato.
Quem bate o olho e vê "Ato na Paulista..." seguido da foto da multidão com o inefável Pato Amarelo imagina o quê? Ora, ora, ora, estão todos na rua de novo, vamos pra lá, vamos ocupar a Paulista, cadê minha camisa da CBF?, vamos lá para... Para o quê, mesmo?
Ocorre que a foto é de 2016.
Vou repetir: a foto é de uma manifestação qualquer de 2016, uma daquelas pró-impeachment. Esta informação está,
inclusive, na legenda da foto da matéria -- que se o usuário do Twitter se der o trabalho de abrir, fala que o tal protesto começa às 14h.
Quem cuida de tuitadas num grande jornal deve ser algum frangote/a recém-saído/a da faculdade, ou nem isso. Terceirizado/a, certamente.
Ah, coitado/a, cumpre ordens.
O cu.
As pessoas têm obrigação de saber que estão sendo usadas para fazer uma sacanagem. Ninguém é obrigado a ser filho da puta, sob ordem de ninguém.
Assim, "Folha", de novo: vá à puta que pariu. E você, estagiário/a que fez isso: vá junto.
Mas quem bate o olho apenas na tuitada, que é o que a maioria faz, inclusive porque a matéria é só para assinantes (está aqui, caso alguém queira ver: https://goo.gl/SP0wsI, imagina na hora que os patos amarelos voltaram às ruas para glorificar Moro, celebrar seus mandados de condução coercitiva, aclamar seus vazamentos cuidadosamente selecionados, louvar seus paletós, camisas e gravatas negras, ah, tem gente que fica até de piupiuzinho duro.
Na boa, não sou ombudsman do jornal. Se fosse, esculhambaria publicamente esse desvario, essa deformidade de caráter, e pediria demissão. Mas quando uma monstruosidade dessas é cometida voluntariamente e atinge tantas pessoas (5,6 milhões de seguidores, repito), me sinto no dever de gritar alguma coisa, ainda que ninguém escute.
Quem cuida de tuitadas num grande jornal deve ser algum frangote/a recém-saído/a da faculdade, ou nem isso. Terceirizado/a, certamente.
Ah, coitado/a, cumpre ordens.
O cu.
As pessoas têm obrigação de saber que estão sendo usadas para fazer uma sacanagem. Ninguém é obrigado a ser filho da puta, sob ordem de ninguém.
Assim, "Folha", de novo: vá à puta que pariu. E você, estagiário/a que fez isso: vá junto.