O Brasil ficou órfão da sensatez

O meu medo não é do PSDB
Francisco Costa

A rigor, temos no Brasil, como de resto, no mundo, duas correntes políticas: uma progressista, de esquerda, e outra, conservadora, de direita.

Por mais que existam partidos políticos, e todo dia o STF pare mais um, não há como não estar em um dos dois lados.

Preocupam-me os extremos, os ultrarradicais, e a brecha está aberta para eles.

Dos tucanos espero o estado mínimo, a submissão aos Estados Unidos, a política de privilégios às elites e a roubalheira de sempre, escondida pela mídia beneficiária direta da roubalheira.

Já a extrema direita... No Congresso unem-se as chamadas bancadas da bala, do boi e da bíblia, declaradamente, engrossadas pela quase clandestina bancada maçônica.

Enquanto os partidos tradicionais brincam na gangorra, no sobe e desce, eleição a eleição, as minorias fascistas têm crescimento contínuo, e o melhor exemplo está no Rio de Janeiro.

O deputado federal Jair Bolsonaro tem pelo menos 10% do eleitorado brasileiro, fossem as eleições presidenciais hoje. Seu filho mais velho também é deputado federal e teve quase 15% dos votos válidos, para a prefeitura do Município do Rio de Janeiro, na frente de políticos tradicionais e partidos com história. O seu outro filho foi o vereador mais votado, também no Rio de Janeiro.

São todos do PSC, partido fundamentalista, do Pastor Everaldo e Marco Feliciano.

Bolsonaro se batizou, recentemente, em Israel, e está dentro da bancada.

O PRN, a fachada política da Universal (tiraram o nome “igreja” da denominação) não para de crescer, colocou um candidato no segundo turno, no Rio, e o terceiro colocado, em São Paulo, além de eleger dezenas de prefeitos e centenas de vereadores em pequenos municípios.

O crescimento político e econômico da Universal está assentado no tripé Templo de Salomão, tevê Record (Russomano saiu da Record para a política) e PRB.

Como essa ala fascista brasileira atende aos interesses políticos da direita, principalmente dos tucanos, mais que tolerância, tem apoio.

Por enquanto só estão incendiando terreiros afro religiosos, apedrejando filhos de santo e expulsando candomblecistas e umbandistas das comunidades pobres, com a ajuda dos narcotraficantes e/ou milícias, mas o discurso é altamente moralista, raivoso, o que os levará a iniciativas cada vez mais ousadas (a Universal forma uma força paramilitar, sem que as Forças Armadas e a Polícia Federal digam nada).

Se consideramos que quase metade do eleitorado brasileiro absteve-se, anulou o voto ou votou em branco, num claro recado de que não acredita em nada do que está aí, esperando coisa nova, o potencial de crescimento do fascismo é enorme.

Quanto aos que os apoiam, na esperança de descartá-los depois, caso dos tucanos, aconselho que se debrucem sobre os livros e vejam como se deu a ascensão de Adolf Hitler, ou podem ficar por aqui mesmo, voltando a 64, quando os militares, assim que chegaram ao poder cassaram adversários, inimigos e aliados.

O golpe jurídico-parlamentar abriu as portas para todas as possibilidades, o Brasil ficou órfão da sensatez.

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