Weden Alves
Um produto midiático chamado Sérgio Moro
Um produto midiático chamado Sérgio Moro
Por que o juiz Sérgio Moro é exposto em fotos e pequenas declarações de jornais e revistas, e quase nunca aparece dando entrevistas copiosas na mídia eletrônica? Simples: porque é um parvo. Sem expressividade verbal, estreito intelectualmente, detentor de um passado duvidoso (saiba que ele foi o juiz do caso Banestado, o maior desvio da República, que acabou em pizza), e tendo em seu currículo práticas de ilegalidade já denunciadas em diversas ocasiões (incluindo o crime de escuta ilegal da Presidência, que daria prisão perpétua nos EUA), era necessário construí-lo como um mito para a condução das massas.
Seu trunfo para o papel? O pouco zelo pelo estado de direito e pela legalidade, capaz então de aceitar as tarefas que outros juízes federais talvez não se predispusessem a fazê-lo.
Reportagens, imagens mudas, livros de elogio fizeram parte deste "produto midiático", que voltará à insignificância, logo após não servir mais às forças políticas conservadoras (aliás, como fizeram com Joaquim Barbosa, que, antes Batman, não merece agora sequer uma foto nova).
Mas Moro é um mito "clichê". Daí que ele aparece preferencialmente em
ângulos de baixo para cima, vestindo preto, com face rígida e fingindo seriedade. Mas basta ir ao YouTube para conhecer a oratória deplorável do moço.
Em sua defesa, a imprensa escolhe os trechos mais razoáveis e publicáveis de suas decisões, e ressalta seu mestrado pago nos EUA, sem evidentemente afirmar que é.
A produção fotográfica da imagem de Moro é uma desses objetos discursivos à procura de uma análise.